Vereador afastado é acusado de liderar esquema de desvio de recursos públicos quando chefiava a Secretaria Municipal da Cultura

A Comissão Processante (CP) da Câmara Municipal de Rio Claro decidiu, em reunião realizada na tarde desta terça-feira (15), dar prosseguimento à investigação que apura possível quebra de decoro parlamentar por parte do vereador afastado Dalberto Christofoletti (PSD). A reunião ocorreu no plenário da Casa, com participação aberta ao público.
A CP é composta pelos vereadores Diego Gonzalez (presidente), Claudino Galego (relator) e Elias Custódio (membro), que votaram pela continuidade do processo, rejeitando o arquivamento solicitado pela defesa. A investigação pode resultar na cassação do mandato de Christofoletti.
O vereador é acusado de liderar um esquema de desvio de recursos da Secretaria Municipal da Cultura — pasta que comandou entre 2021 e 2024 — com um prejuízo estimado em R$ 814,9 mil aos cofres públicos. As denúncias são apuradas no âmbito da operação “Apropriação Cultural”, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público.
Christofoletti foi preso no dia 23 de maio por descumprir medidas cautelares impostas em fevereiro de 2025. Após ser solto em meados de junho, ele responde ao processo em liberdade. O parlamentar tentou barrar a Comissão Processante com um pedido de liminar na Justiça, argumentando que os fatos investigados ocorreram antes de seu mandato e que o processo causa desgaste político e pessoal. O pedido foi negado pelo juiz André Antônio da Silveira Alcântara.
Com a decisão pelo prosseguimento da investigação, a CP agendou duas audiências para a oitiva de todos os envolvidos. As sessões estão marcadas para os dias 22 e 29 de julho, ambas às 14h, no plenário da Câmara. Nesses encontros, serão ouvidos o denunciante — vereador Rafael Andrecta (Republicanos) —, as testemunhas indicadas pela defesa de Dalberto Christofoletti e demais citados na investigação, todos já devidamente intimados.
As oitivas fazem parte da fase de instrução do processo e servirão para coleta de depoimentos, esclarecimentos e apresentação de provas. Ao final dos trabalhos, a comissão poderá apresentar parecer recomendando ou não a cassação do mandato, decisão que será submetida ao plenário da Câmara.
Foto: Frame de transmissão no Youtube