Reunião ocorre nesta terça-feira, a partir das 12 horas, no plenário do Legislativo. Sessão será aberta ao público e transmitida ao vivo pelo YouTube da Câmara Municipal de Rio Claro
Ednéia Silva
A Comissão Processante 02/2025 da Câmara Municipal de Rio Claro realiza nesta quarta-feira (24) a terceira oitiva no processo que apura denúncia contra o vereador Moisés Marques (PL). O colegiado irá ouvir a testemunha Fábio Pereira de Souza, cujo depoimento foi reagendado. A reunião ocorre a partir das 12 horas no plenário do Legislativo. A sessão será aberta ao público e transmitida ao vivo pelo YouTube da Câmara.
A denúncia contra o parlamentar foi apresentada pela professora Luísa Ceriani e acatada pelo plenário. Ela relata que acompanhava sua mãe, Cassilda Marcelino Ceriani, internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cervezão, quando o vereador teria entrado sem autorização em área restrita, filmando pacientes e gerando constrangimento.
Segundo a denunciante, ao pedir que não fosse filmada, ouviu do parlamentar a afirmação em voz alta: “Me respeite que eu sou autoridade.” O episódio, de acordo com o relato, causou humilhação tanto para a filha quanto para a mãe, que chegou a chorar diante do tumulto.
As oitivas tiveram início no dia 12 de setembro com testemunhas de acusação e seguiram no dia 19 com testemunhas de defesa. Nos dois momentos, a maioria não compareceu, sendo consideradas preclusas, à exceção do médico Gabriel Bagnoli Bonfim e da testemunha desta terça-feira.
O médico Gabriel Bonfim relatou situações em que o vereador teria “invadido espaços mais delicados”, desrespeitando a triagem médica. Já o médico Marcelo Eduardo Ferrarini disse ter recebido queixas de colegas sobre suposta coação a profissionais. O médico Rafael Pavezzi Garcia destacou que práticas como manusear fichas médicas e alterar a ordem de atendimento podem colocar pacientes em risco.
A gestora Bruna de Oliveira afirmou que a presença de Marques na UPA causava desconforto às equipes, apesar de se apoiar em prerrogativa de fiscalização.
Na defesa, a testemunha Heleno Rufino da Silva, que perdeu a filha recentemente por suposta negligência médica, enalteceu a atuação fiscalizatória do parlamentar. A técnica de enfermagem Ana Lúcia Apolinário de Souza de Brito declarou nunca ter presenciado conduta irregular do vereador na unidade do Cervezão.
A CP é presidida pelo vereador Hernani Leonhardt (MDB), com relatoria de Adriano La Torre (Progressistas) e participação de Rafael Andreeta (Republicanos).
Vale lembrar que essa é a segunda Comissão Processante realizada pela Câmara Municipal neste ano. A primeira investigação resultou na cassação do mandato do ex-vereador Dalberto Christofoletti (PSD). O Legislativo ainda arquivou um terceiro pedido de abertura de CP contra o vereador Rafael Andreeta.
Foto: Divulgação/Prefeitura de RC/Arquivo