A PF e a Procuradoria Geral da República (PGR), trabalham na operação Registro Espúrio, que investiga um esquema de fraudes e corrupção no Ministério do Trabalho.
Durante as investigações, além do nome do atual Ministro do Trabalho, apareceu também o do Deputado Federal Nelson Marquezelli (PTB), que em todas as eleições consegue expressiva votação no município de Rio Claro.
Em contato telefônico com o jurídico do deputado, a informação passada foi a de que o “deputado não tinha nenhum envolvimento com o Ministério do Trabalho, já que, a sua área de atuação é o Agronegócio, ou seja, está mais ligado à Agricultura”.
Baseado nas informações até agora apuradas pela Polícia Federal (PF) e pela PGR, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o afastamento do Ministro do Trabalho, Helton Yomura, além de outras medidas, como a proibição de Marquezelli de comparecer ao Ministério do Trabalho (MTE), a não ser que seja considerado imprescindível a sua presença para exercício do mandato. E para tanto, terá que buscar autorização no Supremo, com o envio de justificativa prévia.
Segundo a PGR, as medidas se fazem necessárias, pois “os investigados utilizam rotineiramente os cargos para viabilizar a atuação da organização criminosa e para solicitar tratamento privilegiado a processos de registros sindicais”.
Agentes da Polícia, também cumpriram três mandados de prisão temporária, contra o superintendente do ministério no Rio de Janeiro, Adriano José Lima Bernardo; Jonas Antunes Lima, assessor de Marquezelli; além de Júlio de Souza Bernardes, chefe de gabinete de Yomura.
Mandado de busca e apreensão
Agentes da Polícia Federal estiveram por cinco horas no gabinete de Marquezelli, nas dependências da Câmara dos Deputados. No cumprimento do mandado de busca e apreensão, os policias buscaram documentos que possam comprovar o envolvimento do parlamentar e seus assessores no esquema investigado.
O deputado esteve presente e acompanhou toda a movimentação em seu gabinete. Em contato com a imprensa, o parlamentar informou que foram copiados arquivos de computadores e recolhidos alguns documentos, entre os quais a cópia do Marco Regulatório do Transporte de Cargas, relatado por ele. Além disso, os policiais apreenderam também R$ 5 mil que estavam na pasta do deputado.
No apartamento do assessor do deputado, Jonas Antunes, de acordo com publicação do blogue “O Antagonista”, foram encontrados R$ 95 mil.
Nada a temer
Em sua defesa, o parlamentar disse nada temer e que considera a investigação natural, mas não acredita que as denúncias tenham procedência.
“Nunca fui ao Ministério do Trabalho e acredito que esse esquema já existia há muito tempo na pasta, antes da gestão do PTB. Por isso, me posicionei contrário à indicação de alguém do partido para assumir o ministério”, disse o deputado.
A Polícia Federal em Brasília tomou o depoimento do assessor parlamentar de Marquezelli. Segundo o deputado, “nos últimos anos o seu assessor manteve um intenso contato com representantes de sindicatos, associações e cooperativas do setor de transporte de carga durante a elaboração do Marco Regulatório para o Setor de Transporte de Cargas e que pode ter informações que contribuam com a investigação”.