Por Geraldo J. Costa Jr.
O poeta Manoel de Barros escreveu certa ocasião: “A importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produz em nós”.
E, com a devida licença ao poeta, nós acrescentamos: “Estas coisas que nos causam encantamento e tornam-se por alguma razão importantes em nossas vidas, independem do seu tamanho, da dimensão que atingem e da repercussão que obtém”.
Às vezes, estas coisas que nos causam encantamento, são pequenas coisas. Exemplo: Um botão de rosa vermelha que uma pessoa apaixonada entrega a outra, declarando o seu amor.
Mais um exemplo: O abraço demorado de um pai no seu filho pequeno ao despedir-se dele para uma longa viagem. Talvez, sem retorno.
Ou a emoção que um pensamento como esse do poeta Manoel de Barros, pode causar às pessoas sensíveis que o leem.
Coisas pequenas, gestos pequenos, mas que se tornam importantes e marcam profundamente porque tem o poder de encantar a pessoa humana. Ou seja, proporcionar-lhe alegria e reflexão.
Viramos mais uma vez o calendário que organiza o tempo e os acontecimentos da sociedade humana. Por que não aproveitamos a oportunidade para reavaliarmos nossas ações, pensamentos, sentimentos e até as nossas conversações?
Por que não aproveitar a oportunidade deste início de ano para indagar: O que tenho feito da minha vida? Estou satisfeito comigo? Como posso tornar a minha vida melhor e mais produtiva? Posso ser melhor para mim? E melhor para os outros?
Há alguma coisa que eu preciso melhorar em mim? Como eu posso melhorar?
Uma dica valiosa para isso: Procure conhecer-se melhor.
O que significa: Admita seus erros, suas imperfeições, mapeie a sua personalidade. Identifique os pontos positivos e os negativos da sua personalidade.
A vida se renova a cada instante, desde que estejamos dispostos a isso. Todo trabalho de renovação íntima, contudo, exige três tarefas de nossa parte: conhecimento, planejamento e esforço.
Então, vamos lá, por partes:
Conhecimento: para saber o que eu preciso melhorar em mim.
Planejamento: para estabelecer como posso melhorar.
Esforço: para levantar depois da queda. Porque a queda, para nós, é inevitável. Ela acontecerá em algum momento. Faz parte de nosso aprendizado.
Este é o início da caminhada para todo aquele que deseja se dedicar ao seu aperfeiçoamento moral. Vale lembrar que a tarefa, necessária e comum à todos nós, é inevitável. E ela pode começar com pequenas coisas que fazemos, pequenos gestos, possíveis a todos nós. Basta-nos boa vontade. Não é pedir muito.