Tatu prometeu levar para a vereança a disciplina, o respeito e as lições aprendidas em quadra; projeto da permuta de área foi aprovado em meio a críticas
Ednéia Silva

Foto: Emerson Augusto/Câmara Municipal
O município de Rio Claro tem um novo vereador. O ex-jogador de basquete Eric Arthur Romualdo, o Tatu, suplente de Dalberto Christofoletti, tomou posse na sessão da Câmara Municipal desta segunda-feira (2).
Em seu discurso de posse, Eric Tatu (PSD) prometeu levar para a vereança a disciplina, o respeito, as regras, o espírito coletivo e a humildade diante da vitória e da derrota, lições aprendidas em quadra durante 16 anos como atleta profissional do basquete. Tatu destacou ainda sua trajetória de atuação em projetos sociais e o trabalho que realiza com o Instituto Tatu Bola, com crianças e adolescentes.
“Com o coração cheio de gratidão e os pés firmes no chão, assumo essa cadeira como vereador ciente de que cada um dos 1.602 votos que recebi representam não apenas confiança, mas o compromisso ético e moral com a nossa sociedade. […] Sei que chego como suplente, mas não me vejo como coadjuvante. Entro por essa porta com a certeza de que cada dia nessa Casa será uma oportunidade para ouvir, aprender, propor, fiscalizar e, acima de tudo, servir. A política que eu acredito não é feita de discursos vazios, mas de ações concretas, ela nasce do povo e deve retornar a ele de forma digna, com oportunidades, justiça e bem-estar”, disse Tatu, que prometeu estar na rua ouvindo as demandas da população e manifestou o desejo que de que sua legislatura seja marcada por seriedade, sensibilidade e muita coragem.
Veto ao artigo 14
Os vereadores aprovaram na sessão de ontem o veto ao polêmico artigo 14 do Projeto de Lei Complementar nº 49/2025 (reforma administrativa), que alterava o plano de carreira dos professores (lei Municipal nº 3.777/2007). Depois de muita pressão por parte dos docentes, inclusive com manifestação pública, o prefeito recuou e vetou o artigo.
O vereador Rafael Andreeta (Republicanos) observou que existe uma grande discrepância de salários na educação, com “a parte de baixo” ganhando muito pouco e a “parte de cima” ganhando altos salários. Na sessão anterior, ele exibiu holerites de diretores que têm vencimentos superiores a R$ 60 mil.
Hernani Leonhardt (MDB) fez um “mea culpa” ao admitir que o artigo 14 foi aprovado no projeto da reforma administrativa sem que os vereadores da oposição e da situação vissem o conteúdo. Ele enalteceu a “sensibilidade” do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) em encaminhar o veto para votação no Legislativo.
Permuta de terrenos
Depois de adiamentos e muita discussão, o Projeto de Lei n° 93/2024, de autoria do prefeito, finalmente foi aprovado em segunda discussão nesta segunda-feira, por 14 votos favoráveis contra 4 contrários. A votação ocorreu ainda sob críticas dos vereadores Tiemi Nevoeiro, Moisés Marques, Rafael Andreeta e Rodrigo Guedes.
O projeto autoriza a prefeitura a fazer permuta de área pública, pertencente ao município de Rio Claro, com empreendedor local. Trata-se do terreno do antigo matadouro, de 75,3 mil metros quadrados (m²), localizado no Jardim Itapuã, avaliado em R$ 2,7 milhões. O lote será trocado por quatro áreas no Jardim localizadas no Jardim Portugal avaliados em R$ 855,6 mil. O pagamento será feito com R$ 500 mil de entrada e o restante parcelado em dez prestações.
Os vereadores contrários à permuta criticaram o valor de avaliação do terreno que, segundo eles, está abaixo do preço de mercado. “Sou contra essa black Friday, uma área em local superprivilegiado que está saindo por R$ 307 o metro quadrado”, criticou Tiemi. Para Moisés, a permuta está “a preço de banana e apenas um apartamento naquela localização vai pagar toda a área”. O baixo valor também foi criticado por Rafael Andreeta que cobrou moradias populares para atender a demanda da população.
Paulo Guedes (PP) defendeu o projeto e explicou que 30 mil m² do terreno estão comprometidos com área de preservação permanente e outra faixa, próxima à linha férrea, não pode ser edificada. Segundo ele, dos 75,3 mil m² sobram apenas 8 mil m² para uso, por isso o valor de avaliação está justo.
Rodrigo Guedes discordou da explicação: “Não é tudo isso, porque senão não haveria essa insistência em subir e votar logo o projeto. Tem jabuti no meio dessa obsessão em fazer a permuta”, comentou. Como o projeto foi aprovado em segunda discussão, agora depende apenas da sanção do prefeito para virar lei e concretizar a permuta.