Ao Diário do Rio Claro, Felipe Fozzato, skatista há 27 anos e que também já atuou como professor da modalidade em projeto social, comentou as conquistas do país na Olimpíada de Tóquio (Japão) e destaca que o skate vai além de esporte. “Fico feliz, sempre lutei pelo crescimento do Skate, as pistas de skate em Rio Claro eu corri atrás, desenhei projeto. Para gente o skate não é só um esporte, não é só competição está muito além disso e o fato de estar nas Olímpiadas principalmente valorizando o skatista brasileiro, sabemos que é mais difícil ser um skatista no Brasil, tem menos reconhecimento e mesmo assim trouxeram um resultado bom para o país”, disse.
Porém Fozzato ressalta que a essência da modalidade deve prevalecer. “Tem alguns detalhes que fogem um pouco do que realmente a gente que analisa o skate de muitos anos, não gosta muito que o skate caminhe para esse lado, por exemplo que é a competitividade, você pega narrador de futebol ele tá acostumado com a competitividade, como torcer a favor ou contra, então tanto narrador como juiz teriam que ser imparciais. Ali quando o narrador narra o erro da manobra do atleta de outro país e narra um erro que poderia até ter causado um acidente, onde podia ter machucado e comemora com erro dos outros, o skate não é assim, o skate é muito inclusivo, um ajudando o outro. Quando alguém tá andando e alguém acerta a manobra, torce para a outra pessoa acertar, então deixar o skate tão competitivo não é tão legal”, avalia.
A expectativa é de que a modalidade cresça cada vez mais no país. “O fato de estar ali e o Brasil trazer medalha tem o lado positivo, vai tornar o skate mais popular com certeza, vai trazer um crescimento, mas tomara que não seja um crescimento sem qualidade, visando deturpar o que o skate foi até hoje, porque é muito mais do que um esporte, muito mais do que competição. É inclusão social, estilo de vida. Que fique enfático, não sou contra o skate nas Olímpiadas, pelo contrário, vai ser benéfico em muitas situações, mas me dá receio de que isso traga uma essência que não é do skate, que seja visto só como esporte, só com competitividade, então analiso os prós e contras”, finalizou.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação