O Ministério da Saúde começou a distribuir nessa quinta-feira (9) um total de 1,7 milhão de doses da vacina pentavalente para os estados. Após recebimento pelo estado, o produto passa a ser encaminhado aos municípios. O Brasil compra a vacina via Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), pois não existe laboratório produtor no país.
RIO CLARO
A prefeitura de Rio Claro informou que a vacina pentavalente na rede pública de saúde do município será retomada na segunda-feira (20). Nessa quinta (16) e na sexta-feira (17), a Secretaria Municipal de Saúde está levando as 3 mil doses recebidas do Ministério da Saúde às Unidades de Saúde da Família (USF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS). No total, 17 unidades farão a aplicação gratuita da pentavalente (as exceções são a UBS da Vila Cristina e as USF do Jardim Brasília e Santa Elisa).
A administração orienta ainda que a aplicação da pentavalente será normal, ou seja, os pais poderão levar as crianças para receberem a primeira, segunda e terceira doses. Vale lembrar que a pentavalente não estava sendo aplicada devido ao recolhimento, pelo Ministério da Saúde, de lote anterior da vacina. Isso afetou o atendimento em várias cidades do Brasil, pois somente o governo federal é autorizado a obter a vacina pentavalente no país.
Mas, muitos responsáveis resolveram se antecipar e ontem mesmo foram até as unidades. A auxiliar de cozinha Renata Alves está mais aliviada. Após esperar meses, conseguiu imunizar o filho nessa quinta-feira (16) mesmo. “Sim, deu certo, graças a Deus. Estava em falta há muito tempo. Era para meu filho, hoje com dez meses, ter tomado a vacina com seis”, disse. Mesmo assim, ela espera que não falte novamente, já que a criança vai precisar de outra dose daqui dois meses. “A gente tem uma preocupação, mas hoje estou mais aliviada por ter conseguido dar a vacina nele, faz quatro meses que estava esperando”, completou.
A analista de RH Cíntia Rocha da Silva Azeredo Chiavorelli já estava preocupada com a falta. O filho é recém-nascido, porém, há cerca de dez dias deveria ter recebido a dose. “Ele ainda não está tão fora do prazo, mas estava receosa, sim, agora aliviada em saber que vai tomar e não ter que pagar. Vou levá-lo na UBS”, destacou.
A vacina está no calendário obrigatório do Programa Nacional de Imunizações do governo federal e é aplicada em crianças de dois, quatro e seis meses de idade. A imunização protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e a bactéria haemophilus influenza tipo b (que provoca infecções no nariz e na garganta).
A professora Luana Souza dos Santos também já aproveitou e levou o filho de um ano e cinco meses para receber outra dose. Os reforços e/ou complementações em crianças a partir de um ano são realizados com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis (DTP). Ela alertou outras mães a se anteciparem. “Aconselho a ir rápido para não correr o risco de ficar sem. Eu corri e já dei no meu filho”, ressaltou.
FORNECIMENTO
Entre junho e dezembro, a oferta esteve irregular devido a problemas com o fornecedor. A Anvisa interditou mais de três milhões de doses da pentavalente. Em julho de 2019, lotes do laboratório pré-qualificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foram reprovados no teste de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Em agosto, o Ministério da Saúde solicitou reposição do produto, mas, naquele momento, não havia disponibilidade imediata no mundo.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil