A cidade de Rio Claro possui uma extensa zona rural, com mais de 429 quilômetros quadrados. Morar nessa área, porém, não é mais sinônimo de tranquilidade e segurança.
De acordo com dados recentes divulgados no Boletim Econômico Tracker da Fundação Escola Comércio Álvares Penteado (FECAP), Rio Claro está entre as cidades com unidades rurais – fazendas, chácaras e sítios – mais violentas do estado de São Paulo. O município lidera o ranking junto com Piedade, São Pedro, Ibiúna e Mogi das Cruzes.
Segundo autoridades, essas propriedades isoladas atraem a atenção dos criminosos por possuir muitos veículos, como tratores e caminhões, e produtos de alto valor. As estatísticas apontam que os veículos mais furtados nas unidades rurais são as motocicletas, que respondem por 36% das ocorrências, seguidos pelos furtos de automóveis, 21%. O furto de trator responde por 13% e, o de caminhão, 8%.
“Analisando os últimos dois anos, notamos uma tendência crescente para o furto de tratores, contra uma tendência decrescente para o furto de caminhões”, afirma o analista de Inteligência de Mercado do Grupo Tracker, Frederico Lanzoni.
Os dados apontam também os horários mais predominantes para os furtos, que são de madrugada e à noite. Esses dois períodos representam 46% das ocorrências. Os crimes de furto nos últimos 24 meses se distribuíram em cerca de 366 cidades do Estado de São Paulo. A Cidade Azul foi a que apresentou maior número de ocorrências, 33, equivalente a 2% do total de furtos.
“As dez cidades com maior número de ocorrências representam apenas 15% do total de furtos. Se analisarmos as 20 cidades, a participação é de 24% do total de furtos. Com isso, concluímos que o crime furto nas unidades rurais estão espalhados em diversas regiões, dificultando a ação policial”, avalia o professor Erivaldo Costa Vieira, coordenador do Núcleo de Pesquisa da FECAP.
Entre janeiro e julho deste ano, 377 veículos foram furtados e outros 290 roubados em fazendas, chácaras e sítios do Estado de São Paulo. A análise dos dados da SSP-SP na modalidade roubo mostra uma queda no número de ocorrências, no intervalo de julho de 2017 a janeiro de 2018. Mas, a partir de fevereiro deste ano, os crimes cresceram e se estabilizaram na alta.
“Os períodos de alta dos roubos coincidem com os períodos de baixa de furtos, em 2018. O que sugere que os criminosos estão migrando do crime de furto para o crime de roubo, o que é muito preocupante, uma vez que o último envolve violência física e psicológica”, analisa Vieira.
Ainda baseado nos dados, as ocorrências de roubo ficaram praticamente estáveis, já que, no mesmo período de 2017, foram registrados 294 veículos roubados. As cidades com mais eventos foram Conchal, Rio Claro, Limeira, Mogi Guaçu e Mogi Mirim.
Medidas de segurança
Segundo o secretário municipal de Segurança Pública, Marco Antônio Melli Bellagamba, vários indicadores criminais vêm diminuindo no município nos últimos trimestres devido às ações tomadas pela Secretaria de Segurança, como a integração da Polícia Militar com a Guarda Civil Municipal e operações nas regiões em que a criminalidade se sobressai.
“Nós temos uma estratégia chamada ‘Hot Point’ (pontos quentes), que objetiva operações em áreas onde o crime se destaca. Estamos também realizando as últimas diligências necessárias para a inauguração do Pelotão Ambiental. As viaturas Amaroks já foram compradas e, em breve, farão patrulhamento exclusivamente nas áreas rurais”.
Por Ana Carolina Mariano