Na terça-feira (9), o ministro da Econômia do governo Bolsonaro (PSL), Paulo Guedes, declarou que o governo vai incluir na proposta de reforma da Previdência Social, que será enviada ao Congresso Nacional em fevereiro, a previsão de um regime de capitalização.
A capitalização é uma espécie de poupança que o próprio trabalhador faz para assegurar a aposentadoria no futuro.
O regime atual é o de repartição, pelo qual o trabalhador ativo paga os benefícios de quem está aposentado.
Sindicalistas de Rio Claro opinaram sobre a reforma da Previdência e sobre a mudança de modelo proposta por Guedes.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Municipal de Rio Claro (Sindimuni), Tu Reginato, a reforma deve ser aplicada a todos os trabalhadores. “E que contenha propostas claras do que deverá ser realizado, quais as reais mudanças e qual impacto irá causar, tanto ao INSS quanto aos beneficiários”, enfatizou ao destacar que não é possível admitir que apenas uma parcela da classe trabalhadora pague a “conta sozinha”, enquanto “outros” são poupados.
Como sugestão à equipe de Bolsonaro, Reginato destacou que é necessário que sejam melhor estudadas as propostas. “Frente às declarações do presidente, as quais estão em discordância com sua equipe de governo, entendo ser melhor que eles estudem as propostas do governo anterior e se aprofundem no que de fato pretendem propor. Pois, se aprovada da maneira que está sendo divulgada, ela será mais prejudicial do que benéfica para a população”, frisa.
IDADE
O presidente do Sindicato dos Químicos de Rio Claro, Francisco Quintino, defende a idade mínima de 60 anos para homens e 55 anos para mulheres. “A declaração do presidente Bolsonaro, idade mínima 62 anos para homens e 57 anos para mulheres, é razoável. Mas não acredito que vá manter a palavra. Quem manda é Paulo Guedes, é quem vai orientar sobre idade mínima. A partir desta constatação, aumentarão muito as dificuldades para quem pretender um dia se aposentar”, comenta ao ressaltar que a Previdência precisa passar por uma reforma.
Quintino defende que todos os segmentos da socidade têm que estar inseridos na proposta, inclusive, os militares. “Todos os segmentos, inclusive, serviços públicos de alto escalão, deveriam também participar com suas cotas de sacrifícios”, esclarece.
GERAL
Reginaldo Lourenço Breda, presidente do Sindicato dos Bancários, diz que a reforma na Previdência tem que ser geral, e não segmentada como está sendo proposta. “Na minha opinião, a reforma tem que ser geral. Não adianta só atingir os trabalhadores de outros setores. Se é para diminuir os gastos, tem que ser igual para todos”, diz. Sobre o novo modelo ventilado, finalizou: “não dá para falar antes de ter acesso ao texto”.